"O que os olhos não vêem, o coração não sente", essa é uma citação que não combina para mães e/ou futuras mamães. Ao receber o resultado do exame de sangue e confirmar a minha gravidez, tive a melhor sensação do mundo: a confirmação de que uma nova vida estava sendo gerada dentro de mim. E é nesse mesmo instante que nasce o amor de uma mãe. Os dias seguintes foram só alegria... até o momento que fui fazer a primeira ultrassom para confirmar se estava tudo certo com o bebê. E então veio a primeira frustração. O médico conseguiu visualizar o saco gestacional, mas não conseguiu visualizar o embrião.Ele disse que era estranho e pediu que eu voltasse com 8 dias para repetir o exame.
Minha mente não parava de imaginar coisas, meu marido dizia que eu tinha interpretado errado e ficamos aguardando como se estivesse tudo normal. Oito dias depois, voltei ao médico e repeti o exame. E friamente ele disse: "Como eu já tinha dito na primeira, você continua com o saco gestacional mas o mesmo não tem embrião. Isso acontece com a maioria das mulheres na primeira gestação, não tem uma explicação para isso. A solução é você esperar mais ou menos duas semanas para seu corpo expulsar o corpo estranho ou forçar um aborto e resolver logo, já que a espera afeta muito o psicológico da mãe."
Nunca imaginei ouvir essas palavras e a partir desse momento não consegui controlar as lágrimas. É a mesma sensação de perder uma pessoa muito próxima... Eu já o amava demais para aceitar que tinha perdido, que tinha que tirá-lo dentro de mim. Eu imagina que era forte, mas perdi todas as minhas forças e passei os piores dias da minha vida. Não conseguia me concentrar, não conseguia fazer nada. Graças a Deus e o apoio da família e algumas pessoas mais próximas resolvemos (eu e Alessandro) esperar mais um pouco e procurar um outro médico. Não fizemos nada do que o médico havia sugerido. Aguardamos alguns dias para que eu pudesse ir fazer outra consulta com outro médico. Foram as duas semanas mais longas que vivi. O tempo parecia não passar. Não conseguimos falar sobre isso para todas as pessoas porque só em lembrar do fato, o sofrimento aumentava. Então continuamos como se esse laudo nunca tivesse sido dado. E para meu contentamento, os enjoos e sintomas da gravidez só aumentavam...
No início de julho, fomos a Teresina para fazer a nova consulta. Ao me examinar, a médica disse que tinha certeza que havia um bebezinho dentro de mim e que iria passar o exame só para nos tranquilizar. E na ultrassom vi logo o nosso(a) bebê antes mesmo do médico falar alguma coisa. A emoção foi grande demais, não tem palavras que exprimam tamanha emoção. E ao ouvir o coraçãozinho bater, não consegui mais controlar a emoção. Não tem coisa melhor.
Não quero com esta postagem denegrir ou desqualificar nenhum profissional, só peço para as pessoas que lerem terem consciência de que ninguém é perfeito, e que os médicos estão suscetíveis a erros. E que não devemos seguir um único laudo, devemos sempre procurar a opinião de um outro profissional. Se nós não tivéssemos esperado... nem quero digitar o que teria acontecido.
E a cada dia que passa, o amor só aumenta. Apesar dos enjoos e dos outros desconfortos que a gravidez traz, a sensação de está gerando uma nova vida supera todas as coisas ruins que possam acontecer.
Filho(a), apesar de não ter te visto ou tocado, eu já posso te sentir dentro de mim. E é isso que faz o meu amor aumentar a cada dia.